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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Ser criança
     Jane
É conservar a alma pura,
Sem nenhuma maldade
Para toda a humanidade, 
Apesar da idade.

Na fase adulta, 
Voltar a sorrir e viver,
Com toda  intensidade e sensibilidade, 
De livre e espontânea vontade, 
Abrangendo a divindade, 

Do próprio ser,
Do outro ser,
Da natureza e cosmos,
Enfim, para toda a eternidade. 
Feliz dia das crianças. 
ABRAÇOS

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Ana Carolina e NiKolai


Ana Carolina e Nikolai



Ana Carolina era uma linda  jovem, esbelta, clara, reservada, que residia na cidade de Alicante (Espanha).

Seu pai era comandante do exercito Real da região dos Aragons. Devido a interesses políticos de unificação da Espanha (Norte e Sul), Ana Carolina estava comprometida com o príncipe Felipe de Castela, da região de Segóvia.

A residência dos seus pais era sempre palco de reuniões de ilustres compositores, poetas e músicos, que vinham de toda a Europa com a finalidade de fazer acordos políticos com a Espanha. A residência era a  beira do mar, com uma escadaria enorme onde continha um salão ornamentado com lindas janelas e vitrais, decoradas com cortinas douradas com detalhes azuis, um piano de calda  onde os compositores e artistas se revezavam  nos saraus  para comemorarem os tratados políticos  registrados.

Naquela época, Alicante  era composta de vários casarões com quintais enormes, estábulos e a  praia servia  só para os passeios românticos, pois os homens respeitavam o mar sem se aventurarem a nadar.

Num destes encontros de compositores, poetas e músicos, Ana Carolina se esmerou na sua vestimenta, colocando um vestido dourado com decote avançado e rendas entremeando a vestimenta. Ao descer a escada da sala os seus olhos se cruzaram com os olhos de Nikolai, um compositor Russo, que viajava sempre acompanhado com o seu amigo também compositor: Piotr.

Foi amor à primeira vista. Todo o encantamento e a magia entre os dois, crescia dia a dia. Na praia passeavam conversando, nas viagens para Granada, Sevilha etc... onde os dois compositores se apresentavam, Ana Carolina estava sempre presente, já que era o seu pai o comandante que recepcionava e provia tudo o que os visitantes necessitavam.

Até o momento em que este amor foi descoberto, viveram os dois: Ana Carolina e Nikolai horas e horas de paixão sem fim.

Devido ao compromisso com os de Castela, a Ana Carolina para ficar resguardada, foi exilada no Castelo de Denia : Palácio do Governador, sob a custódia do próprio governador.

Mas o amor dos dois era tão intenso, que continuaram a se encontrar fora do castelo as escondidas durante a noite.

Nikolai, quando vinha da Rússia, passava com o seu amigo em Praga, depois iam para a Alemanha, Itália até chegarem à  Espanha. Numa dessas viagens à Praga, Estava executando uma composição revolucionária, dentro da Igreja do Menino de Praga, quando foi surpreendido por policiais. Saiu correndo em disparada, atravessou a Ponte Karluv em direção à residência de um amigo em que estava hospedado, escondeu a partitura de sua obra no sóton da mesma.

Bem, mais uma vez os encontros de Ana Carolina com Nikolai foram descobertos. Forjaram uma cilada para o NiKolai,  atingindo-o com um tiro  o seu joelho esquerdo. Marcado de morte, ele regressou para a Rússia e desiludido da vida, se exilou vindo a falecer já bem idoso.

Por sua vez, Ana Carolina deixou a parte central do Palácio e foi aprisionada numa das suas torres, com o mínimo possível: uma cama e uma mesa pequena onde fazia as suas refeições. Vivia vigiada pelas freiras e padres, pois dentro deste Castelo havia o seminário dos Padres e o convento das Freiras. Todas as tardes, Ana Carolina ia até os jardins do Castelo, sentava num banco de mármore que se defrontava para o mar e ficava com o seu olhar perdido no horizonte a espera do Seu Amado que nunca mais regressou.

Não durou muito para que este estado  a debilitasse fisicamente, levando-a ao óbito.

Nem todas as histórias tem um final feliz.