Ana Carolina e Nikolai
Ana Carolina
era uma linda jovem, esbelta, clara,
reservada, que residia na cidade de Alicante (Espanha).
Seu pai era
comandante do exercito Real da região dos Aragons. Devido a interesses políticos
de unificação da Espanha (Norte e Sul), Ana Carolina estava comprometida com o
príncipe Felipe de Castela, da região de Segóvia.
A residência
dos seus pais era sempre palco de reuniões de ilustres compositores, poetas e
músicos, que vinham de toda a Europa com a finalidade de fazer acordos
políticos com a Espanha. A residência era a beira do mar, com uma escadaria enorme onde
continha um salão ornamentado com lindas janelas e vitrais, decoradas com cortinas
douradas com detalhes azuis, um piano de calda
onde os compositores e artistas se revezavam nos saraus para comemorarem os tratados políticos registrados.
Naquela
época, Alicante era composta de vários
casarões com quintais enormes, estábulos e a
praia servia só para os passeios
românticos, pois os homens respeitavam o mar sem se aventurarem a nadar.
Num destes
encontros de compositores, poetas e músicos, Ana Carolina se esmerou na sua
vestimenta, colocando um vestido dourado com decote avançado e rendas
entremeando a vestimenta. Ao descer a escada da sala os seus olhos se cruzaram
com os olhos de Nikolai, um compositor Russo, que viajava sempre acompanhado
com o seu amigo também compositor: Piotr.
Foi amor à
primeira vista. Todo o encantamento e a magia entre os dois, crescia dia a dia.
Na praia passeavam conversando, nas viagens para Granada, Sevilha etc... onde
os dois compositores se apresentavam, Ana Carolina estava sempre presente, já
que era o seu pai o comandante que recepcionava e provia tudo o que os
visitantes necessitavam.
Até o
momento em que este amor foi descoberto, viveram os dois: Ana Carolina e
Nikolai horas e horas de paixão sem fim.
Devido ao
compromisso com os de Castela, a Ana Carolina para ficar resguardada, foi
exilada no Castelo de Denia : Palácio do Governador, sob a custódia do próprio
governador.
Mas o amor
dos dois era tão intenso, que continuaram a se encontrar fora do castelo as
escondidas durante a noite.
Nikolai,
quando vinha da Rússia, passava com o seu amigo em Praga, depois iam para a
Alemanha, Itália até chegarem à Espanha.
Numa dessas viagens à Praga, Estava executando uma composição revolucionária,
dentro da Igreja do Menino de Praga, quando foi surpreendido por policiais.
Saiu correndo em disparada, atravessou a Ponte Karluv em direção à residência
de um amigo em que estava hospedado, escondeu a partitura de sua obra no sóton
da mesma.
Bem, mais
uma vez os encontros de Ana Carolina com Nikolai foram descobertos. Forjaram
uma cilada para o NiKolai, atingindo-o
com um tiro o seu joelho esquerdo.
Marcado de morte, ele regressou para a Rússia e desiludido da vida, se exilou
vindo a falecer já bem idoso.
Por sua vez,
Ana Carolina deixou a parte central do Palácio e foi aprisionada numa das suas
torres, com o mínimo possível: uma cama e uma mesa pequena onde fazia as suas
refeições. Vivia vigiada pelas freiras e padres, pois dentro deste Castelo
havia o seminário dos Padres e o convento das Freiras. Todas as tardes, Ana
Carolina ia até os jardins do Castelo, sentava num banco de mármore que se
defrontava para o mar e ficava com o seu olhar perdido no horizonte a espera do
Seu Amado que nunca mais regressou.
Não durou
muito para que este estado a debilitasse
fisicamente, levando-a ao óbito.
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