Ala
Pinta! Sou corumbaense.
Numa noite muito fria de inverno, a noite mais fria do
ano, cheguei, neste mundo no pantanal.
Tive uma infância feliz, pura, ingênua, livre,
normalmente com os pés descalços. Brincava na calçada com amigas, nas
casas das primas ou na pracinha de:
cantigas de rodas, pega-pega, pula corda, pião, bolita, esconde-esconde,
queimada etc...
Estudei no colégio das freiras e ao sair das aulas,
adorava tomar picolé de groselha, comer: saltenha, sopa paraguaia, chipa ou
bolo de arroz e tomar mate gelado. Costume este que perdurou até o ultimo dia
da minha estadia na terra Natal. Todas as vezes que lá retorno, se não fizer
este ritual, volto frustrada para casa.
Desde muito cedo, a família fazia pic-nic nas fazendas:
Urucum, São João, Band’alta, Morro dos Macacos e Lago Azul. Lá íamos nós encima
do caminhão cantando, ressoando numa só
voz.
Na adolescência, continuávamos com o mesmo costume, mas
após o pic-nic, íamos à Missa das 17horas no Santuário e depois ao cinema:
Santa Cruz, Tupi ou Anache. Completávamos a noite no La Barranca e nas
domingueiras do Clube Corumbaense.
Pantanal! Meu, Santuário Sagrado, onde vivi tudo com
intensidade, vibrando em conjunto com a sua natureza exuberante e majestosa.
Cada festa, cada acontecimento em família, desde as
brincadeiras ( bailinhos) no mês de julho, até a Semana Santa, o São João, O
Natal e o Carnaval, tinham um significado único para mim e para a maioria dos
corumbaenses.
Ocasiões onde formávamos e compartilhávamos um só corpo e
alma.
Não havia tanto contraste social, todos da comunidade
participavam dos mesmos acontecimentos da cidade.
Independentemente do grau cultural, econômico ou social,
reconhecíamos uns aos outros como semelhante.
Esta amplitude do EU e TU na comunhão do: NÓS, me
impulsiona a escrever com entusiasmo e orgulho da minha terra natal.
Almejo um dia poder relatar com a mesma intensidade e
orgulho sobre a força e união da minha Pátria Brasil.
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