Dia e noite dançávamos
ao som e balanço do trem. Ao acordarmos íamos ao vagão do restaurante tomar o
café da manhã, no almoço também saboreávamos o arroz, feijão o bife à cavalo. Era
um banquete. Todo mundo alegre, conversando, dizendo seu destino. O trem vinha
até Bauru, lá baldeávamos para pegar outro até São Paulo.
Sabíamos de cor todo o trajeto, 12
horas de Corumbá até Campo Grande,
mais 12 horas de Campo Grande à Três Lagoas e mais 12 horas até
Bauru.
Não tínhamos pressa,
ficávamos atentas admirando tudo e todos. A cada estação no pantanal, as pessoas
vendendo peixe frito, chipa, bocaiuva, bolo de arroz, sopa paraguaia, manguita.
Ao som do locutor escutávamos: Urucum, Bodoquena, Piraputanga, Miranda,
Aquidauana e por fim, Campo Grande.
Sofri muito na época, pois tinha perdido uma companheira de vida toda. Mas aos poucos fui entendo a sua vocação e nos correspondíamos por carta onde contávamos nossos segredos.
Enquanto era aspirante, eu a visitava no colégio Alto da Lapa.
Depois ela serviu a Deus, à Educação e aos mais necessitados por 18 anos. Foi Religiosa em Campo Grande- MS, Rondonópolis, MT, Alto Araguaia- MT, e Lins- SP.
Nesta época, todas as vezes que eu viajava de trem com os meus filhos de São Paulo à Corumbá, parávamos em Lins ou Campo Grande, no Colégio Salesiano e passávamos o dia com a Laila .
Aos 36 anos, mais madura, resolveu se abdicar do Hábito, onde depois de algum tempo se casou e teve os seus dois tesouros: Natália e José Augusto., razão de amor da sua vida.
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