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sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Lembranças da querida Laila-3


Bom dia amigos,
Continuando das boas recordações da mana Laila.



 



Dia e noite dançávamos ao som e balanço do trem. Ao acordarmos íamos ao vagão do restaurante tomar o café da manhã, no almoço também saboreávamos o arroz, feijão o bife à cavalo. Era um banquete. Todo mundo alegre, conversando, dizendo seu destino. O trem vinha até Bauru, lá baldeávamos para pegar outro até São Paulo.

Sabíamos de cor todo o trajeto, 12 horas   de   Corumbá  até Campo Grande, mais 12 horas de Campo  Grande à Três Lagoas e mais 12 horas até Bauru.

Não tínhamos pressa, ficávamos atentas admirando tudo e todos. A cada estação no pantanal, as pessoas vendendo peixe frito, chipa, bocaiuva, bolo de arroz, sopa paraguaia, manguita. Ao som do locutor escutávamos: Urucum, Bodoquena, Piraputanga, Miranda, Aquidauana e por fim, Campo Grande.

Foi depois de uma destas viagens, Laila com 18 anos e eu com 16 anos, ela decidiu entrar para a vida religiosa. Voltávamos de São Paulo para Corumbá de trem com os primos Roberto e Sheila Hafez, foi quando nos separamos, ela ficou em Campo Grande e eu segui com os primos para Corumbá, pois foram passar as férias em nossa casa.

 Sofri muito na época, pois tinha perdido uma companheira de vida toda. Mas aos poucos fui entendo a sua vocação e nos correspondíamos por carta onde contávamos nossos segredos.

 Enquanto era aspirante, eu a visitava no colégio Alto da Lapa.

Depois ela serviu a Deus, à Educação e aos mais necessitados por 18 anos. Foi Religiosa em Campo Grande- MS, Rondonópolis, MT, Alto Araguaia- MT, e Lins- SP.

Nesta época, todas as  vezes que eu viajava de trem com os meus filhos de São Paulo à Corumbá, parávamos em Lins ou Campo Grande, no Colégio Salesiano e passávamos o dia com a Laila .

Aos 36 anos, mais madura, resolveu se abdicar do Hábito,  onde depois de algum tempo se casou e teve os seus dois tesouros: Natália e José Augusto., razão de amor da sua vida.





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